O mercado está inundado de escovas e pastas de dentes diferentes, o que levanta a questão: quais devemos escolher? Entre escovas elétricas e manuais – que podem ser suaves, médias e duras – as opções são infindáveis!
No que diz respeito às pastas de dentes, há as branqueadoras, com flúor, as que diminuem a sensibilidade dentária, as que tratam as doenças periodontais e, claro, as infantis!
Para facilitar a escolha, vamos explicar os benefícios de cada tipo de escova e pasta de dentes, assim como em que momentos deve optar por cada uma.
A importância da escovagem
Não podemos falar de escovas e pastas de dentes sem mencionar a importância da escovagem. A dupla formada pela escova e a pasta de dentes são a fase mais importante e básica da higiene oral, porque é através da escovagem que se elimina a maior parte da placa bacteriana.
Sabia que, com este simples ato de prevenção, evita vários problemas orais? Começando com questões simples, como o mau hálito, e terminando em problemas mais complexos, como a perda dentária, a escovagem dos dentes permite que tenha uma saúde oral cuidada.
Como mencionado, o mau hálito é um problema que pode ter origem na falta de escovagem dos dentes. Temos que nos alimentar mas, para além dos benefícios de comermos, a cada refeição que fazemos acumulam-se detritos entre os dentes, começamos a ganhar placa bacteriana e ficamos com a boca amarga. Por isso, torna-se necessário que seja feita uma limpeza regular da boca.
Doenças como as cáries, gengivites e periodontites também podem ser mantidas à distância com a escovagem dos dentes. Quando os ácidos, que surgem da decomposição das bactérias, dissolvem o mineral dos dentes, dão origem às cáries. Por sua vez, a acumulação de placa bacteriana junto das gengivas, pode provocar a sua inflamação (gengivite) que, se não for devidamente tratada, pode passar para os tecidos que rodeiam os dentes (periodontite).
Com a destruição dos tecidos que suportam os dentes, qualquer uma das 3 doenças acima mencionadas pode evoluir para a perda dentária, seja pela queda “natural” do dente ou por se chegar a um ponto em que seja necessária a extração do mesmo.
E estes são só alguns exemplos mais comuns que podem prejudicar a sua saúde oral, pelo que convém que dê mesmo muita importância à escovagem dos dentes. Mas, antes de falar das várias opções de escovas e pastas de dentes existentes, é importante saber como deve ser feita a escovagem dos dentes.
Dicas para uma escovagem correta
Existem várias técnicas de escovagem dos dentes. Mas, para não causar confusão, vamo-nos debruçar apenas sobre uma delas, que é a mais transversal e que, à partida, é correta e eficaz para a generalidade das pessoas. De qualquer forma, se achar que a sua escovagem não tem sido eficiente, ou se a sua dentição tiver alguma característica diferente do comum – como dentes encavalitados –, peça ao seu médico dentista que lhe dê uma explicação sobre como deverá fazer a sua escovagem.
Não se esqueça que esta deve ser feita após cada refeição ou, pelo menos, 3 vezes ao dia, sendo que a mais importante é a da noite. Ao contrário do que acontece durante o dia, à noite não bebemos água, que é uma forma de eliminar a placa. Assim, durante a noite, as bactérias que não tenham sido eliminadas continuarão a sua ação nociva para a saúde oral.
A duração aconselhada para a escovagem é de 3 minutos, pelo que sugerimos que arranje uma ampulheta, ou então ponha a tocar uma música de que goste e que tenha uma duração aproximada.
A força exercida também é importante, porque se aplicar muita força estará a traumatizar as gengivas, pelo que deve escovar suavemente.
Passando à ação, estas são as orientações que deve ter em consideração, quando escovar os seus dentes:
- Defina a ordem pela qual vai escovar – para não nos esquecermos de nenhuma secção da boca, devemos seguir uma sequência, sem saltar passos. Devemos, por exemplo, escovar primeiro todas as faces exteriores dos dentes, depois as superfícies oclusais (as partes dos dentes com que mastigamos) e, por fim, as faces linguais dos dentes (a parte interior).
Ainda em relação à sequência, devem escovar sempre no mesmo sentido. Por exemplo, da esquerda para a direita;
- A inclinação e as faces exteriores – para não ferir as gengivas, deve inclinar a escova em cerca de 45º, fazendo movimentos circulares e escovando sempre 2 dentes de cada vez;
- As superfícies oclusais – terminando as faces exteriores, escove as superfícies oclusais em movimentos de vai e vem, em espaços curtos de cada vez, para que não lhe escape nada;
- As faces linguais – as faces linguais dos dentes devem o seu nome ao facto de estarem em contacto direto com a língua. Nos dentes frontais, quase só se deve usar a ponta da escova, empurrando-a para fora;
- A língua – no final, é importante que não se esqueça de escovar também a língua.
Caso tenha uma escova elétrica, estas orientações não são válidas. Deve circundar cada um dos dentes, abrangendo todas as faces ao passar por cada um deles.
Apesar da escova de dentes ser o elemento primordial na limpeza dos dentes, é importante ter a consciência de que, sozinha, não é suficiente para que haja uma higienização oral completa. Primeiro, deve utilizar o fio dentário. Só depois deve escovar os dentes e, por fim, bocheche o elixir ou – especialmente se tiver implantes dentários – use o irrigador oral ou jato de água, onde pode colocar o elixir e fazer um 2 em 1!
A escolha das escovas e pastas de dentes
Agora que já relembrámos a importância da escovagem dos dentes e qual a forma correta de o fazer, já podemos falar sobre que produtos deverá incidir a sua escolha, tendo em conta o vasto leque de opções!
A escova de dentes
A escova de dentes deve ser trocada a cada 3 meses, ou sempre que esteja demasiado gasta. Pelas diferenças na dentição, a força aplicada e a forma como se escovam os dentes, cada pessoa pode ficar com a escova mais desgastada mais ou menos depressa, pelo que pode acabar por ser necessário trocá-la antes que esta complete os 3 meses.
A escovagem pode ser igualmente eficiente com uma escova manual ou elétrica. Portanto, a escolha deve ser feita em função da destreza e da preferência de cada pessoa.
No caso da escova elétrica, há características como:
- Modos de escovagem – alguns modelos têm modos específicos, como os indicados para dentes sensíveis, para proteger as gengivas, entre outros;
- Temporizadores – demos a sugestão da música mas, se tiver uma escova elétrica com esta opção, não precisa de se preocupar. A escova irá parar quando o tiver cumprido o tempo indicado para a escovagem;
- Utilização prática – há pessoas que não têm tanta destreza manual. Nesses casos, esta poderá ser a melhor solução;
- Movimentos – graças ao sistema de oscilação e rotação, é possível remover a placa bacteriana com facilidade;
- Sensores de pressão – algumas destas escovas têm um sensor que avisa quando se está a fazer força a mais sobre as gengivas;
- Lembretes – alguns modelos dão um alerta quando está na altura de substituir a cabeça da escova.
Já para escolher uma escova de dentes manual, há outras particularidades a ter em consideração, como as cerdas:
- Suaves – as cerdas mais macias são mais gentis para as gengivas, especialmente quando fazemos algum tratamento que deixe a boca mais sensível. Por outro lado, podem não remover as placa bacteriana de forma tão eficaz;
- Médias – são as mais consensuais, porque não são muito agressivas para as gengivas e, ao mesmo tempo, são suficientemente firmes para uma boa limpeza dos dentes;
- Duras – são as mais indicadas para quem tem implantes dentários, para garantir uma remoção eficiente da placa bacteriana;
Como também já referimos, a língua também precisa de ser escovada, por isso, escolha uma escova que permita fazê-lo, a menos que tenha um raspador de língua.
Hoje em dia nem todas as escovas têm o cabo reto. Muitas são ergonómicas, adaptando-se melhor ou pior à mão de cada pessoa. Opte pelas que sejam mais confortáveis para si. Um cabo flexível ajuda a que não exerça tanta força ao escovar os dentes e isso é benéfico para as gengivas, evitando a sua retração.
O tamanho da cabeça também é importante. Estamos habituados a que as escovas infantis seja mais pequenas, tando nos cabos como nas cabeças. Mas também os adultos devem optar por escovas com cabeças que tenham tamanhos adaptados às suas bocas. Muitos médicos dentistas defendem que uma escova mais pequena permite chegar a mais áreas da boca, resultando numa limpeza mais eficaz.
Para além das escovas infantis, há ainda escovas de dentes para bebés, que fazem lembrar dedais, mas com cerdas, e cuja utilização é recomendada desde que nasce o primeiro dente. Até aí, deve limpar-se as gengivas com uma compressa esterilizada, humedecida em água morna.
A escova elétrica tem vantagens que facilitam a sua utilização. Mas, na verdade, não faz nada que, se estivermos atentos, não possamos fazer com a manual. Por isso, a escolha entre uma e outra opção é menos importante que a escolha da escova, seja manual ou elétrica, de acordo com as características que apresente.
A pasta de dentes
Pastas também há muitas, o que por vezes nos faz perder algum tempo na secção de higiene oral dos supermercados. Portanto, explicamos-lhe que tipos principais de pastas existem para que, de acordo com as suas características, saiba qual a mais adequada para si em cada momento.
Tem propensão para o desenvolvimento de cáries, os seus dentes estão escurecidos, ou tem sentido alguma sensibilidade dentária? Então, preste atenção às propriedades de cada tipo de pasta de dentes:
- Prevenção – o flúor é um componente bastante comum quando nos referimos à saúde oral, uma vez que ajuda a remineralizar o esmalte dos dentes, fortalecendo-os e removendo a placa bacteriana. A concentração de fluoreto deve ser entre 1000 ppm e 1500 ppm para ter uma ação verdadeiramente eficaz. Este tipo de pasta deve ser utilizado por pessoas sem problemas de saúde oral e que apenas precisem de continuar a prevenir o aparecimento de cáries;
- Sensibilidade – quando o esmalte está desgastado, ficamos com sensibilidade dentária, que consiste na dor ao comer certos alimentos ou bebidas, quentes ou frias. Uma pasta específica para a sensibilidade dentária tapa os poros na dentina e liga os nervos dos dentes;
- Doenças periodontais – quando a doença ainda é “apenas” uma gengivite, é possível que se consiga tratar com um reforço da higiene oral. Há pastas que, para além de flúor, têm antisséticos, ajudando a tratar a infeção das gengivas. Porém, estas pastas não devem ser usadas por mais de 2 semanas. Se os sintomas se mantiverem passado esse tempo, consulte o seu médico dentista;
- Branqueamento – algumas pessoas têm dentes mais brancos que outras, especialmente quando entram na equação elementos como café e tabaco. É aí que entram em cena as pastas de dentes branqueadoras. Mas, cuidado! Estas são compostas por substâncias abrasivas que corroem a camada exterior dos dentes, por isso, não as utilize por períodos muito prolongados.
Por norma, temos o hábito de colocar a pasta em toda a extensão da escova, mas não precisamos de tanta quantidade. A quantidade equivalente a uma ervilha é suficiente para um efeito satisfatório.
Essencialmente por questões ambientais, cada vez mais surgem alternativas como pastas de dentes à base de óleo de coco e bicarbonato de sódio. Outras, pela promessa de dentes brancos e saudáveis, como as pastas que são feitas à base de carvão, também estão na moda. A verdade é que, neste último caso, há médicos dentistas que confirmam que o carvão ativo permite a remoção de algumas manchas, mas à custa do desgaste dos dentes, o que poderá originar sensibilidade dentária.
Por isso, quando tiver de escolher a sua próxima escova e pasta dos dentes, independentemente de ter ou não implantes dentários, tenha os nossos esclarecimentos em atenção, para fazer uma escolha saudável e consciente!